Q de Quê? — teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser
Ensaio aberto inserido no ciclo Espetáculos para todas as Famílias
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17 de fevereiro • Escolas (Horário a confirmar)
18 de fevereiro • Público (16h00)
Oficina Magina | Reservar bilhetes aqui (disponível brevemente) *
Q de Quê? é um espetáculo em forma de pergunta, dirigido a crianças e jovens a partir dos 8 anos, que pretende refletir sobre diversidade, identidade e expressão de género.
A biologia e a ecologia dão o mote para compreender a enorme complexidade e diversidade do mundo natural. Ao longo da pesquisa para este projeto, deparámo-nos com uma abordagem – para nós quase desconhecida – de biólogas e ecologistas como Brigitte Baptiste e Joan Roughgarden que introduzem na sua pesquisa um olhar queer, trazendo para o centro do seu trabalho toda a diversidade que existe na natureza em relação aos afetos, sexualidade, género e expressão de género.
Ao longo da história da ciência, muita informação que contrariava os padrões da cultura hétero/cisnormativa (e que tingiam também a pesquisa científica) foi sonegada. Todes assistimos a imensos programas sobre a vida selvagem e, certamente, teremos dificuldade em recordar alguma informação sobre homossexualidade ou expressão de género entre animais ou plantas.
Através da pesquisa desenvolvida, descobrimos a imensa diversidade que caracteriza a natureza relativamente a estas questões e sentimos que seria uma importante porta de entrada nos temas que queremos tratar. Percebemos que é problemático a comparação entre animais e humanos, mas, como aponta Joan Roughgarden, “às vezes podem ser traçados paralelos entre a forma como as pessoas se comportam e a forma como os animais se comportam, como se os animais oferecessem culturas biológicas semelhantes às nossas”.
Esperamos que esta perspectiva sobre a diversidade da natureza possa ajudar-nos a diluir cristalizações sobre género e sexualidade que ainda hoje carregamos e que põem em causa o crescimento e o desenvolvimento, seguros e felizes, de tantas crianças e jovens LGBTI.
Ficha Artística / Técnica
Criação: Alfredo Martins e Luís Godinho.
Texto: Alfredo Martins.
Interpretação: Luís Godinho.
Cenografia: Carla Martinez
Figurino: Ainhoa Vidal
Desenho de luz: Manuel Abrantes.
Assistente de desenho de luz: Janaina Gonçalves
Música e desenho de som: Rui Lima e Sérgio Martins.
Design: Luís Cepa.
Apoio à pesquisa: André Tecedeiro.
Consultoria Científica: Ana Corrêa.
Parcerias: ILGA, Rede Ex Aequo, AMPLOS, Casa Qui, CES Universidade de Coimbra.
Co-produção: teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser, teatromosca.
Residência de co-produção: O Espaço do Tempo
Apoio à residência: Centro Cultural Malaposta, Minutos Redondos, Câmara Municipal de Odivelas
Apoio: Governo de Portugal Ministério da Cultura/Direcção Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Polo Cultural Gaivotas-Boavista, Casa do Capitão
Sobre teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser.
O teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser é uma associação cultural que tem como missão dinamizar actividades no âmbito das artes performativas, desde a criação de espectáculos à realização de actividades pedagógicas e de mediação artística.
Entre 2006 e 2016, o teatro meia volta desenvolveu uma actividade regular enquanto companhia de teatro, constituindo um corpo de trabalho dedicado à pesquisa de metodologias colaborativas de criação e à exploração de uma estética social e politicamente comprometida.
A partir de 2016, o teatro meia volta sofre uma reestruturação do seu modelo de trabalho, procurando responder às necessidades sentidas no meio de produção artística e entre os seus colaboradores. Abandonando o formato de companhia de teatro, o teatro meia volta passa a funcionar como uma estrutura de produção. Alguns dos artistas que colaboravam regularmente com a companhia passam a integrar o novo formato de produção enquanto artistas associados.
Neste momento, os artistas associados do teatro meia volta são Alfredo Martins, Anabela Almeida, Cláudia Gaiolas, Luís Godinho e Sara Duarte.
O trabalho de criação destes cinco artistas reitera o comprometimento social e político comum ao percurso do teatro meia volta, afirmando a necessidade de recuperarmos espaços colectivos de negociação que nos permitam dar respostas à complexidade do mundo em que vivemos, dominado por um sistema capitalista patriarcal desregulado, e, talvez, encontrarmos formas de, parafraseando Donna Haraway, vivermos e morrermos bem em conjunto.
Para além do trabalho de criação dos artistas associados, o teatro meia volta desenvolve um trabalho regular no âmbito da mediação artística, ensaiando formatos que pretendem potenciar a relação dos públicos, existentes e novos, com a criação e a programação artísticas. O Público vai ao Teatro é o projecto de envolvimento de públicos que, desde 2011, a estrutura tem desenvolvido em colaboração com instituições culturais públicas.
* Bilhetes na BOL do Município de Montemor-o-Novo ou no Posto de Turismo.