YOLO
Decidi fazer este espectáculo depois de um telefonema com a minha mãe. Falava com ela sobre a minha impotência. Mais concretamente, falámos uma hora sobre formas de eu poder ter uma casa própria. A solução mais viável, e também uma das que sempre me impressionou mais por várias razões, seria a de comprar um terreno nos arredores de Lisboa, e comprar uma casa pré-fabricada. Percebi que o que parecia ser a solução mais viável estava ainda longe de ser viável. Ou talvez não…
Acabámos o telefonema e fui procurar terrenos na internet.
Depois, fui pesquisar sobre casas pré-fabricadas, os seus preços e as suas características.
Depois, fui pesquisar como se pede um crédito de habitação.
Depois, fui pesquisar se os bancos me emprestavam dinheiro para isto.
Depois, fiz contas.
Depois pensei. Pensei muito.
Depois, decidi que ía fazer este espectáculo.
E claro, voltei a ligar à minha mãe.
Criação: Sara Inês Gigante
Apoio à dramaturgia: Joana Bértholo
Interpretação: Gonçalo Carvalho, João Estima e Lia Carvalho
Apoio no processo criativo: João Nunes Monteiro
Cenografia: F. Ribeiro
Desenho de Luz: Manuel Abrantes
Sonoplastia: Gonçalo Carvalho
Residência de co-produção: Espaço do Tempo
Apoios/co-produções: Dupla Cena (Festival Temps d’image); Teatro Municipal Baltazar Dias, Teatro Municipal Sá de Miranda (CDV); Devir Capa; Câmara Municipal de Lisboa (FES – Emergência); Fundação Calouste Gulbenkian, DGArtes.
Agradecimentos: Manuel Poças, Paulo Azevedo