The Man Who Was a Spoon — Cão Solteiro & Greg Wohead

The Man Who Was a Spoon — Cão Solteiro & Greg Wohead

The Man Who Was a Spoon — Cão Solteiro & Greg Wohead

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Há um homem que entra na sala. Vem para recitar um poema, mas não consegue lembrar-se quem é o seu autor. As palavras são revertidas. O tempo e as formas são revertidos. O autor do poema é ele mesmo, num outro tempo, num outro lugar.

O modo como algumas estruturas de significação teatral subsistem, nomeadamente no que diz respeito ao tempo e ao lugar, e sobretudo à definição de personagem, são alguns dos tópicos sobre os quais se pretende aqui reflectir.

Parte-se da hipótese que os actores se desdobrarão a si próprios e entre si, em identidades múltiplas, verdadeiras e falsas, por vezes absurdas, e de uma acção simples, como entrar numa sala para recitar um poema em frente a uma audiência. Parte-se também da possibilidade de algumas perguntas aleatórias poderem, circunstancialmente, subverter a situação até ao limite do desconforto, e da estranheza.
Em cada apresentação do espectáculo, um novo actor terá de integrar a cena, em tempo real, sem passar pelo processo de ensaios.
Os dados tidos como adquiridos sobre o tempo, o lugar, a natureza da acção e a identidade de cada actor, quando alterados, darão início a um jogo de dúvidas que será também sobre o posicionamento do espectador.

“A estranheza implica, em primeiro lugar, uma confusão intelectual, e em segundo, uma necessidade de a resolver (…) os momentos de estranheza de que essa confusão intelectual é, muitas vezes, parte constituinte, lembram-nos que a compreensão que fazemos dos outros e de nós mesmos nunca está garantida.” In Uma Aproximação à Estranheza, Frederico Pedreira

 

Ficha Artística / Técnica

Um espectáculo criado por Greg Wohead, Daniel Worm D’Assumpção, Mariana Sá Nogueira, Paula Sá Nogueira, Vasco Araújo, Cecília Henriques e Tiago Jácome.
Participação especial de Diogo Bento e Tiago Vieira.
Direcção de Produção e Fotografia – Joana Dilão
Produção Executiva – Mariana Sá Marques
Co-Produção | Cão Solteiro e TBA | Teatro do Bairro Alto
Residência de co-produção | O Espaço do Tempo
Companhia financiada pela República Portuguesa/ Cultura – DGArtes e Câmara Municipal
de Lisboa

 

Sobre Cão Solteiro & Greg Wohead

CÃO SOLTEIRO é uma plataforma de artistas com diferentes práticas que desenvolve projectos de teatro, em Lisboa, desde 1997. Estabeleceu-se ao longo deste tempo um processo de trabalho fortemente suportado pela construção de imagens, ao qual é inerente o cruzamento de linguagens, e a transferência de códigos entre disciplinas artísticas. Por este meio, continua a questionar-se a pertinência formal do teatro, a testar a resistência das suas regras estruturais, focando o processo de construção, e os meios pelos quais a comunicação, neste contexto, se estabelece, usando como ferramentas a deslocação de elementos formais e de sentido, a sua má colocação propositada, entradas absurdas, o erro e a pura mentira.

GREG WHOHEAD é escritor, actor e performer. Viveu e trabalhou em Londres durante 15 anos. Em 2021 mudou-se para Lisboa onde vive e trabalha regularmente com o Cão Solteiro tendo integrado os elencos de Heading Againt The Wall/ TBA/ Festival Alkantara (2021), Doismilevinteedois/T.M.São Luiz (2022). O seu trabalho articula um vasto conjunto de interesses e referências nos quais se incluem, a instabilidade na autobiografia, a estranheza nas recriações e a perversidade do humor negro subjacente à Fan Fiction. Criou espectáculos de teatro, performances, peças “one-to-one”, trabalhos duracionais e experiências áudio, no Reino Unido, EUA e Europa. Em Londres foi financiado e apresentado por: The Yard, Fierce Festival, Forest Fringe, Leeds International Festival, Soho Theatre, Shoreditch Town Hall, Brighton Festival e Mayfest. Noutros países foi financiado por, Fusebox Festival (Austin), LAX Festival (Los Angeles), Vooruit (Gent), English Theatre (Berlim), Ferst Centre (Atlanta), La Jolla Playhouse (San Diego) e Bios (Atenas).

Criou os espectáculos: The Ted Bundy Project (sobre curiosidade mórbida a partir dos registos confessionais de um serial killer), Comeback Special (tentativa de reencenação do programa de televisão, Edição Especial O Regresso de Elvis 1968), Celebration, Florida (espectáculo para 2 performers, sem ensaios) and Call It a Day (sobre a tradição popular germano americana ‘Groundhog Day’). Os seus trabalhos mais recentes incluem: Story #1 e Story #3 (Gaping Hole) em colaboração com Rachel Mars e Familiar em colaboração com Gillie Kleiman, ambos comissionados por Fierce Festival, Birmingham,UK. Os seus textos de teatro foram publicados em DIY Too – Robert Daniel, Paper Stages 2020 – Forest Fringe e In Other Words 2 – Metal. Actualmente tem em curso uma investigação prática com o tema da Estranheza em Performance, no âmbito do doutoramento em teatro da Universidade de Bristol.