Se não és Lésbica, como é que te chamas? — Alice Azevedo

Se não és Lésbica, como é que te chamas? — Alice Azevedo

Se não és Lésbica, como é que te chamas? — Alice Azevedo

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Uma lésbica entra num bar. Esta mulher não se chama lésbica, como podem imaginar. Esta mulher – ser ou não mulher também é uma questão que se coloca. Enfim, lá iremos. Ela entra num bar, lésbico. Ela quer beijar quem lá anda, mas não gosta de lá estar, isto é, não gosta de ghettos, isto é, não acredita em rótulos. Uma vez teve um ataque alérgico grave com uns enlatados, porque não acredita em rótulos. Enfim, lá iremos. Mete conversa com uma simpática sapata. Sem tato nenhum, pergunta porque são precisas estas palavras todas? Ela gosta de mulheres e pronto. Enfim, lá iremos.

Partindo da frase “Se não és lésbica, como te chamas?” (originalmente título de um artigo publicado na 1ª edição da revista lésbica Lilás em 1993), este espectáculo lança-se por uma investigação sobre essas tão mal-afamadas palavras que ao longo do tempo foram ora descrevendo, ora prescrevendo, o que eram certas pessoas, comunidades e práticas. Lésbicas ou não, todas somos algo – muitas coisas, até. Algumas das quais temos orgulho, outras vergonha, outras nem pensamos muito sobre ser ou não ser. O espectáculo contará com uma viagem por vários marcos da literatura lésbica – ficcional e teórica – para traçar uma história. Uma história das pessoas? Das palavras? Das práticas? Há espécies em vias de extinção, no meio disto tudo? Se não sabemos a história do nosso país, como podemos ser da nossa nacionalidade? E se não soubermos a história das nossas lésbicas?

 

Ficha Artística / Técnica

Criação: Alice Azevedo
Elenco: Alice Azevedo, Cristina Carvalhal, Teresa Coutinho
Desenho de luz: Teresa Antunes
Desenho de som: Sofia Queiroz
Cenografia e Figurinos: Daniela Cardante

 

Sobre Alice Azevedo

Alice Azevedo é licenciada em Estudos Artísticos – Artes do Espectáculo pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Frequenta atualmente o Mestrado em Estética e Estudos Artísticos da NOVA FCSH. Em 2022, criou Literatura de Sodoma e de Safo, se faz favor, leituras encenadas apresentadas no festival 5L. Criou a Declaração do Dia Mundial do Teatro para o São Luiz Teatro Municipal em 2021. Cocriou no mesmo ano com Lila Tiago NŌS SUNT – Uma Exibição para o Festival Interferências, bem como em 2020 Tágides Exemplares para o TBA. Enquanto atriz, foi em 2021 a Papisa Joana na peça Top Girls, no Teatro Nacional D. Maria II. Integrou as produções da companhia Sai de Cena entre 2015 e 2018.