Por motivo de Força Maior — Teresa Silva

Por motivo de Força Maior — Teresa Silva

Por motivo de Força Maior — Teresa Silva

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Sabine Macher, Margarida Bettencourt e eu somos mulheres artistas, nascidas em 1955 na Alemanha, em 1962 na África do Sul e em 1988 em Portugal. Dando continuidade a uma história comum, esta peça sustenta-se no encontro intergeracional como lugar de aprendizagem mútua e nutre-se da vontade de tecer relações entre uma rebeldia com filiação no feminino e o tremor. Nesta correlação, não vejo o tremor como medo ou hesitação, nem a rebeldia como confrontação, mas como potências para abanar certezas e sistemas. Interessa-me o exercício de uma rebeldia que age ao nível da percepção e que põe em marcha um outro funcionamento e entendimento daquilo que me rodeia.
Recorrendo à escrita de fabulação especulativa de Ursula K. Le Guin, relevante enquanto forma de leitura do presente que propõe um estremecimento, um intervalo metafórico e simbólico, seguimos a hipótese de considerar a ficção como uma cesta. Pensamos esta peça como um recipiente, um ponto de encontro, onde convivemos com outras mulheres – artistas, personagens ficcionais, figuras mitológicas e arquetípicas – também elas rebeldes e fabricadoras de tremor. A nossa história entrelaça-se com a delas. Aqui, Por motivo de Força Maior abandona a sua carga jurídica, para agir como motor poético, desencadeando forças que se movem entre o inevitável, o indomável e o necessário. – Teresa Silva

 

Ficha Artística / Técnica

um projeto de: Teresa Silva
co-criação, interpretação, textos, figurinos, objectos, vídeo e gravações de campo: Margarida Bettencourt, Sabine Macher e Teresa Silva
criação de luz e direcção técnica: Santiago Tricot
criação sonora, desenho de som e gravações de campo: João Bento
olhar exterior: David Marques
olhar exterior na residência no CAMPUS Paulo Cunha e Silva: Liesbeth Gritter
gestão financeira: Vítor Alves Brotas
gestão administrativa: Janine Lages
apoio à comunicação: Maria João Bilro
produção executiva: Teresa Silva
produção: Agência 25
co-produção: Teatro do Bairro Alto, O Rumo do Fumo/Vera Mantero, Chorège | CDCN Falaise Normandie
apoio: Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação GDA
residências de co-produção: Alkantara, CAMPUS Paulo Cunha e Silva, Estúdios Victor Córdon, Marosi Stromboli, O Espaço do Tempo, Rumo do Fumo e The Place to Pause
Agradecimentos: Andrea Rodella, Anatol Waschke, Jasmim Bettencourt, Joclécio Azevedo, Leonardo Garibaldi, Marco da Silva Ferreira, Margarida Bettencourt, Maria Lemos e Forum Dança

Um projeto apoiado pela República Portuguesa – Cultura | DGARTES – Direção-Geral das Artes

 

Sobre Teresa Silva

Teresa Silva nasceu em 1988, em Lisboa. Dedica-se à investigação, criação e interpretação nas áreas da dança contemporânea e da performance. Vê a dança como algo que excede o corpo físico, o que se traduz num trabalho de atenção e sensibilidade, bem como numa abordagem multidisciplinar ao movimento. Formou-se pela Escola de Dança do Conservatório Nacional, Escola Superior de Dança e pelo PEPCC – Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica do Forum Dança. Desenvolve o seu trabalho de criação desde 2008, nomeadamente através das peças “Ocooo”; “A vida enorme/La vie en or”, co-criada com Maria Lemos; “Um Espanto não se Espera” e “Leva a mão que eu levo o braço”, co-criadas com Elizabete Francisca; ”Conquest”, a adaptação de um solo com coreografia de Deborah Hay; “Nova Criação”, ”O que fica do que passa” e “Letting Nature take over us again”, co-criadas com Filipe Pereira; “Oráculo” co-criada com Sara Anjo; do projecto de investigação “Enjoy the weather” com David Marques, Jean-Baptiste Veyret-Logerias, Mestre André e Sabine Macher; e do solo “Sinédoque”. Em 2022 realizou o seu primeiro filme, intitulado “Enjoy the weather: the film”. Como intérprete, tem trabalhado com artistas tais como Vera Mantero, o colectivo La Tierce, composto por Sonia Garcia, Séverine Lefèvre e Charles Pietri, Loïc Touzé, Marco d’Agostin, David Marques, Sónia Baptista, Alain Michard, Liz Santoro & Pierre Godard, Tânia Carvalho, Luís Guerra, Rita Natálio e Sofia Dias & Vítor Roriz. Colaborou com a artista plástica Kristina Norman em “Orchidelirium – An appetite por Abundance”, uma trilogia de filmes criada para a Bienal de Veneza 2022. Desde 2020 faz parte da produtora Agência 25.